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Questão de arquetipos! parte 3

Terceira e última parte da correlação de arquétipos entre os Orixás e a Árvore da Vida.

Xangô, Iansã, Ibeji, Olorum

Xangô

Características dos filhos de XANGÔ – Umbanda e Candomblé

Xango-Sao_Geronimo
Santuário Nacional da Umbanda

É muito fácil reconhecer um filho de Xangô apenas por sua estrutura física, pois seu corpo é sempre muito forte, com uma quantidade razoável de gordura, apontando a sua tendência à obesidade; mas a sua boa constituição óssea suporta o seu físico avantajado.

Com forte dose de energia e auto-estima, os filhos de Xangô têm consciência de que são importantes e respeitáveis, portanto quando emitem sua opinião é para encerrar definitivamente o assunto. Sua postura é sempre nobre, com a dignidade de um rei. Sempre andam acompanhados de grandes comitivas; embora nunca estejam sós, a solidão é um de seus estigmas.

Conscientemente são incapazes de ser injustos com alguém, mas um certo egoísmo faz parte de seu arquétipo. São extremamente austeros (para não dizer sovinas), portanto não é por acaso que Xangô dança alujá com a mão fechada. Gostam do poder e do saber, que são os grandes objectos de sua vaidade.

São amantes vigorosos, uma pessoa só não satisfaz um filho de Xangô. Pobre das mulheres cujos maridos são de Xangô. Um filho de Xangô está sempre cercado de muitas mulheres, sejam suas amantes, sejam suas auxiliares, no caso de governantes, empresários e até babalorixás, mas a tendência é que aqueles que decidem ao seu lado sejam sempre homens.

Os filhos de Xangô são obstinados, agem com estratégia e conseguem o que querem. Tudo que fazem marca de alguma forma sua presença; fazem questão de viver ao lado de muita gente e têm pavor de ser esquecido, pois, sempre presentes na memória de todos, sabem que continuarão vivos após a sua ‘retirada estratégica’.

A Correspondência sefirática de Xangô é Binah

Binah

Binah se situa no topo da coluna esquerda. É o entendimento. É a lógica que dá definição à inspiração e energia ao movimento. Analogamente, é o lado esquerdo do cérebro, onde funciona a razão, organizando o pensamento em algo concreto.

  • Título: Binah, Entendimento
  • Planeta: Urano quando se considera Daath, Saturno quando não se considera Daath
  • Chakra: Ajna
  • Virtude: O silêncio
  • Vício: A avareza
  • No Reino Animal: O cabrito montês
  • No Reino Mineral: Lápis lázuli, a turquesa e as gemas negras
  • No Reino Vegetal: Mirra
  • Corpos: Inteligência santificadora
  • Parte do Corpo Físico: Ossos e dentes

 Arcanos do Tarot: Os quatro Três

Três de Bastões

Indica o emprego da energia necessária para tomar consciência de suas próprias resistências a fim de as disciplinar, coordenar, para que sirvam de apoio aos trabalhos futuros.

  • Mental: Discernimento; desvendamento de segredos ou de assuntos incompreensíveis. Intuição das coisas ocultas.
  • Anímico: Demasiado ativo para ser sensível; a pessoa se afasta do lado afetivo, evita as sutilezas.
  • Físico: Negócios ativos, direção exercida com autoridade. Saúde boa, nervosa, ativa.
  • (–): Atividade sem descanso.

Três de Taças

Representa a sublimação de uma receptividade instintiva em riquezas dos sentimentos superiores.

  • Mental: Penetração espiritual para organizar assuntos materiais.
  • Anímico: Realização psíquica.
  • Físico: Aporte espiritual. Encarnação do espírito na matéria.
  • (–): Materialismo. Superficialidade. Apego excessivo à matéria.

Três de Espadas

O trabalho da consciência ativa determinando ações precisas.

  • Mental: Decisão, afastamento da hesitações.
  • Anímico: Desprendimento, nitidez nos sentimentos, clara perspectiva das coisas.
  • Físico: Apoio, aporte de energia. Evolução clara e direta nos negócios. Saúde muito boa.
  • (–): Em caso de doença, pode indicar obstáculos, demora na cura.

Três de Moedas

Indica uma expansão mental através de um trabalho construtivo e regenerador.

  • Mental: Relação com grandes intuições, com revelações do conhecimento. É a inteligência que acompanha o amor em seu sentido mais elevado.
  • Anímico: Aporte de confiança, proselitismo, misticismo ativo, ação animada e envolvida.
  • Físico: Confiança em si para os empreendimentos, intuição do que é necessário fazer. Saúde normal, sem excesso de vitalidade. Eventuais instabilidades e alterações nervosas.
  • (–): Abatimento, adiamentos.

Rainha de Bastões

Princípio feminino e maternal. Fecundidade ou virgindade. Atração e proteção. Simbolismo lunar; água, mar. Receptividade, temperança, sabedoria. Mãe, esposa, namorada.

  • Mental: Confiança absoluta nos empreendimentos.
  • Anímico: proteção contra discórdias e desunião. Faz renascer a confiança.
  • Físico: grande energia interna, preservação nos negócios e na saúde.
  • (–) Abatimento, confusão, vulgaridade; dificuldade para se livrar dos obstáculos.


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Iansã

Características dos filhos de Iansã – Umbanda e Candomblé

Iansa
Santuário Nacional da Umbanda

Para os filhos de Oyá, viver é uma grande aventura. Enfrentar os riscos e desafios da vida são os prazeres dessas pessoas, tudo para elas é festa. Escolhem os seus caminhos mais por paixão do que por reflexão. Em vez de ficar em casa, vão à luta e conquistam o que desejam.

São pessoas atiradas, extrovertidas e directas, que jamais escondem os seus sentimentos, seja de felicidade, seja de tristeza. Entregam-se a súbitas paixões e de repente esquecem, partem para outra, e o antigo parceiro é como se nunca tivesse existido. Isso não é prova de promiscuidade, pelo contrário, são extremamente fiéis à pessoa que amam, mas só enquanto amam.

Estas pessoas tendem a ser autoritárias e possessivas; o seu génio muda repentinamente sem que ninguém esteja preparado para essas guinadas. Os relacionamentos longos só acontecem quando controlam os seus impulsos, aí, são capazes de viver para o resto da vida ao lado da mesma pessoa, que deve permitir que se tornem os senhores da situação.

Os filhos de Oyá, na condição de amigos, revelam-se pessoas confiáveis, mas cuidado, os mais prudentes, no entanto, não ousariam confiar-lhe um segredo, pois, se mais tarde acontecer uma desavença, um filho de Oyá não pensará antes de usar tudo que lhe foi contado como arma.

O seu comportamento pode ser explosivo, como uma tempestade, ou calmo, como uma brisa de fim de tarde. Só uma coisa o tira do sério: mexer com um filho seu é o mesmo que comprar uma briga de morte: batem em qualquer um, crescem no corpo e na raiva, matam se for preciso.

 A Correspondência sefirática de Iansã é Chokmah

Chokmah

Chokmah, algumas vezes transliterado chochma ou hokhmah ou Chockmah (חכמה) é a palavra hebraíca para “sabedoria”. É cognata da palavra árabe Hikmah, que também significa “sabedoria”.

Um “homem sábio” é um chakham (feminino: chakhama). Por exemplo, um rabbi ou outra pessoa extremamente versada na Torah e no Talmud é chamada Talmid Chacham, denotando uma pessoa muito estudiosa no Torah – literalmente, “um sábio estudante do conhecimento da Torah”.

  • Título: Chokmah, Sabedoria
  • Planeta: Netuno
  • Chakra: Ajna
  • Virtude: Devoção
  • Vício: Nenhum
  • No Reino Animal: Baleia
  • No Reino Mineral: Água Marinha (Gema)
  • No Reino Vegetal: Almíscar
  • Corpos: Inteligência iluminadora
  • Parte do Corpo Físico: Não consta

Arcanos do Tarot: Os quatro Dois

Dois de Bastões

Simboliza um potencial interior que tende a se expandir.

  • Mental: Bom julgamento, compreensão racional, idéias bem fundamentadas, mas que devem ainda ser desenvolvidas.
  • Anímico: Confiança, amizade, afeição, bondade na simplicidade.
  • Físico: Saúde em recuperação. Preparação de um empreendimento para êxito futuro.

Dois de Taças

Representa o impulso dos desejos materiais que se desagregam e nutrem as tendências instintivas e egoístas, mas que deixam experiências, fonte de uma evolução futura.

  • Mental: Esclarecimento após um período de obscuridade.
  • Anímico: Força íntima, sólida, sobre a qual se pode apoiar, a menos que se transforme em paixão devoradora.
  • Físico: Assuntos ricos em potencial, necessitando de uma ação externa para se revelar. Saúde equilibrada, se estamos bem; estacionária se estamos doentes.
  • (–): Desordem ou complicações nos relacionamentos de ordem sentimental.

Dois de Espadas

Representa a interrupção de uma ação concreta, com vistas a um posterior enriquecimento, que se destina a amadurecer este empreendimento.

  • Mental: Equilíbrio estático. Ausência de atividade.
  • Anímico: Riqueza de sentimentos em potencial.
  • Físico: Negócios frustrados, obstáculos, prostração. Hipertensão, circulação lenta.

Dois de Moedas

Representa iluminação íntima que dinamiza a inteligência com vistas a realizações futuras.

  • Mental: Apoio para uma atividade, desde o espiritual ao material, como uma inspiração que provoca idéias realizadoras e soluções aos problemas.
  • Anímico: Facilidade de aproximação dos seres tanto no espírito como no sentimento.
  • Físico: Confiança, mas de forma sutil. Apoio que tem base no plano da alma, como a fé, que facilita a realização.


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 Ibeji

Características dos filhos de IBEJI – Umbanda e Candomblé

Os filhos de Ibeji são pessoas com temperamento infantil, jovialmente inconsequentes; nunca deixam de ter dentro de si a criança que já foram. Costumam ser brincalhões, sorridentes, irrequietos – tudo, enfim, o que se possa associar ao comportamento típico infantil.

Muito dependentes nos relacionamentos amorosos e emocionais em geral, podem revelar-se teimosamente obstinados e possessivos. Ao mesmo tempo, a sua leveza perante a vida revela-se no seu eterno rosto de criança e no seu modo ágil de se movimentar, a sua dificuldade em permanecer muito tempo sentado, extravasando energia.

Podem apresentar bruscas variações de temperamento, e uma certa tendência a simplificar as coisas, especialmente em termos emocionais, reduzindo, às vezes, o comportamento complexo das pessoas que estão em seu torno a princípios simplistas como “gosta de mim – não gosta de mim”. Isso pode fazer com que se magoem e se decepcionem com alguma facilidade.

Ao mesmo tempo, as suas tristezas e sofrimentos tendem a desaparecer com facilidade, sem deixar grandes marcas. Como as crianças, em geral, gostam de estar no meio de muita gente, das actividades desportivas, sociais e das festas.

A Correspondência sefirática de Ibeji é Kether

Kether

Kether (“Coroa”, em hebraico: כתר), podendo variar como Keter, é a primeira sephira da Árvore da Vida em Cabala, parte da espiritualidade do Judaísmo Rabínico.

Kether se situa na posição central superior da árvore. É a coroa. É o potencial puro das manifestações que acontecem nas outras dimensões. Representa a própria essência, atemporal e livre. É a gênese de todas as emanações canalizadas pelas outras sephiroth. É a Luz Superior geradora de todo o movimento da criação. Pode-se considerar como o momento zero, a criação em potencial, mas não expandida. Uma interessante associação seria comparar com tempo de Plank, do Big Bang. No hinduísmo, entende-se como Brahma, o princípio vital de todas as formas de energia (e vida, consequentemente).

  • Título: Kether, a Coroa
  • Planeta: Netuno ou Plutão
  • Chakra: Sahasrara
  • Virtude: A Realização da Grande Obra
  • Vício: Nenhum
  • No Reino Animal: A Águia
  • No Reino Mineral: A platina (metal). brilhante e opala (gemas)
  • No Reino Vegetal: Âmbar (Botânica)

Arcanos do Tarot: Os quatro Ases

Ás de Bastões

Representa a energia material posta nas mãos do Homem para permitir que resista aos choques vindos do exterior e para servir de impulso na construção no plano físico.

  • Mental: Inspiração no domínio prático, idéia ativadora que surge no decorrer de um empreendimento.
  • Anímico: Sentimentos além dos limites, um tanto exagerados, mais expressivos que afetivos.
  • Físico: Negócios ativos, brilhantes. Êxito através da força. Saúde superabundante, excesso de sangue gerando uma atividade constante.
  • (–): Falta de energia. Constante recomeço. Forças que se anulam entre si.

Ás de Taças

Representa no ser humano a elaboração íntima das riquezas adquiridas em todos os plano do sentimento.

  • Mental: Julgamento claro, inspirado, contra o qual não há recurso.
  • Anímico: Beleza de sentimentos, que se elevam acima da observação pessoal. Altruísmo, obras filantrópicas. Educação das massas.
  • Físico: Contato com as coisas elevadas da matéria. Grandes empreendimentos. Produções artísticas geniais.
  • (–): O ser se prende à matéria e perde a espiritualidade. Materialismo.

Ás de Espadas

Representa a força ativa que o homem desenvolve com firmeza e compreensão para o triunfo de seu ideal.

  • Mental: Esclarecimento intelectual, precisão e clareza.
  • Anímico: Ausência de sentimentalismo. Esta carta coloca o sentimento apenas na fé, no misticismos ou nas convicções profundas.
  • Físico: Saúde. Desenvolvimento progressivo. Bom estabelecimento das coisas. Recuperação do potencial nervoso.
  • (–): Preguiça mental. Displicência. Falta de energia. Debilidade.

Ás de Moedas

Simboliza o reservatório das atividades em todos os planos, em todas as partes do Cosmo. Representa o desejo que o Homem tem de projetar obras completas feitas à sua imagem e capazes de vir à luz espontaneamente.

  • Mental: Contribuição ativa, bem equilibrada e realizadora.
  • Anímico: Brilho, crescimento.
  • Físico: Oportunidades que tanto podem ser adiadas ou antecipadas. Lucros ampliados. Afirmação de sucesso. Saúde exuberante.

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Olorum

Olorum não é propriamente um Orixá. Não tem filhos na Terra e, por isso, não se manifesta – isto é, não “baixa” – em ninguém.

Não participa do cerimonial do Candomblé, não exige oferendas nem comidas caprichadas ou vestimentas especiais. Na verdade, Olorum – que alguns chamam de Olodumaré – está acima dessas e de outras necessidades materiais.

Senhor de todas as coisas, ele é o princípio criador. Sem sua permissão, Odudua – orixá que ora se apresenta como homem, ora como mulher – não teria gerado o mundo, nem Oxalá poderia dar vida aos homens.

Olorum não é homem nem mulher, não tem características humanas, nem se envolve nos problemas do dia-a-dia. Sua única ligação com os homens acontece por intermédio dos Orixás e do arco-íris – que, segundo a lenda, ele criou especialmente para esse fim, em apenas quatros dias.

Por suas características de Deus (ao contrário dos Orixás, que são considerados forças da natureza, Olorum é considerado o Deus Único dentro da Umbanda, o que a torna uma religião monoteísta), Olorum esta relacionado à Esfera de Kether, embora alguns o coloquem como sendo mais aproximado de Ain-Soph, ou o Deus imaterializado.

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Veja também:

Questão de arquétipos! parte 1 Obaluaê, Yemanjá, Exú, Oxum

Questão de arquétipos! parte 2 Oxalá, Ogum, Oxóssi, Nanã

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Consulta:

— A relação entre os Orixás e a Cabala: Os Orixás e a Kabbalah / Deldebbio

— Toda a parte cabalística: Wikipedia de Ocultismo

 

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