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Nanã

Nana
Santuário Nacional da Umbanda

Como todos os Orixás, Nanã é uma guardiã que tem seu ponto de força na natureza, e como divindade do elemento água seu ponto de força localiza-se nos lagos, mangues e águas calmas. Também é a guardiã dos estuários dos rios; onde as águas doces encerram sua caminhada rumo ao mar. Como já foi dito, Nanã é aquática por excelência, porém rege uma dimensão formada por 2 elementos: Água e Terra. Absorve o Vegetal e é incompatível com o Fogo e o Ar.

De todos os Orixás, Nanã é quem tem um poder oculto dos mais misteriosos. Aqueles que tentam desvendar esses mistérios, quase nada conseguem, além de ver suas margens.

Nos lagos e rios calmos existem um magnetismo absorvente poderosíssimo. Não emanam energias através do espaço, como os outros pontos de força, mas têm seu próprio campo magnético absorvente ao redor de suas margens.

Seu campo astral de atuação é o emocional dos seres que, quando recebem suas irradiações, aquietam-se chegando até a terem suas evoluções paralisadas. E assim permanecem até que tenham passado por uma decantação completa de seus vícios e desequilíbrios mentais.

Alguns autores apresentam uma visão interessante sobre a atuação dos Orixás no decorrer de diferentes estágios de nossas vidas. Afirmam que em uma das ‘Linhas da Vida” Nanã encontra-se na menopausa. No início desta “linha“ está Oxum estimulando a sexualidade, no meio está Yemanjá estimulando a maternidade, e no fim está Nanã paralisando tanto a sexualidade quanto a geração de filhos.

Nanã é um dos Orixás mais respeitados no ritual de Umbanda por se mostar como a nossa velha avó, sempre paciente com nossas imperfeições enquanto espíritos encarnados tentando trilhar a senda da luz.

No Candomblé

É considerada a mais velha das Iabás (orixás femininos). Na sua oferenda usa-se o obé (faca) de madeira,que é anterior ao ferro.

O seu fundamento encontra-se nas águas paradas dos lagos e nas águas lamacentas dos pântanos. Estas lembram as águas primordiais que Odùdùwa (segundo a tradição do Ifé) ou Oranyan (segundo a tradição de Oyo) encontraram no mundo quando vieram à terra.

Nanã também é conhecida por Iniê e parece desempenhar um papel de Deus Supremo nos seus orikis(rezas). É a ancestral feminina de todas as divindades aquáticas. Esposa mais velha de Oxalá,mãe de Omolu e Oxumarê. É a purificadora da atmosfera,a divindade das chuvas e seu elemento é o barro que moldou o mundo. Está associada à água, à lama e a morte. Os mortos e os ancestrais são seus filhos e são simbolizados pelas hastes do atori ou nervura das palmeiras, dos quais é formado o Ibiri (espécie de vassoura). Dizem que ela nasceu com o Ibiri, não lhe foi dado por ninguém.

É filha do pássaro Atiorô da cidade de Ofé, e é a orixá da justiça, Nanã não roda na cabeça de homem.

Dizem os mitos que antes de criar o homem do barro, Oxalá tentou criá-lo de ar, de fogo, de água, pedra e madeira, mas em todos os casos havia dificuldades. O homem de ar esvanecia; não adquiria forma. O de fogo, consumia-se, o de pedra era inflexível e assim por diante. Foi então que Nanã se ofereceu a Oxalá, para que com ela criasse os homens, impondo, contudo, a condição de que quando estes morressem fossem devolvidos a ela.

Ela é relacionada também , freqüentemente, aos abismos, tomando então o caráter do inconsciente, dos atavismos humanos. Nanã tanto pode trazer riquezas como miséria. Está relacionada, ainda, ao uso das cerâmicas, momento em que o homem começa a desenvolver cultura. Seja como for, Nanã é o princípio do ser humano físico.

Nanã sempre esteve em demanda com Ogum, que amava muito sua mãe Yemanjá, tomando partido desta na disputa que se estabeleceu entre elas pelo amor de Oxalá. Ogum muitas vezes tentou se apoderar dos territórios lamacentos de Nanã sem, no entanto, conseguir. Como diversão, Ogum gostava de provocar a orixá, que exigia de Oxalá que este fosse castigado, sem nunca ter conseguido, pois Ogum tinha fama de justo. Tantas vezes Ogum irritou Nanã que ela não recebe nenhuma oferenda feita ou cortada com objetos de metal e mesmo o sacrifício de animais feito em sua homenagem deve ser feito com faca de madeira ou coberta por um pano.

No Brasil, se cultuam principalmente Nanã Buruquê e Nanã Buruku, porém na África, diversas são suas apresentações, nomes e indicações, variando muito de região para região, tais como: Ologbo, Borokun, Biodun, Asainán, Elegbe e Susure.

Características dos filhos de Nanã

Uma pessoa que tenha Nanã como Orixá de cabeça (mãe no Eledá), pode levar em conta principalmente a figura da avó: carinhosa às vezes até em excesso, levando o conceito de mãe ao exagero, mas também ranzinza, preocupada com detalhes, com forte tendência a sair censurando os outros.

Não tem muito senso de humor, o que a faz valorizar demais pequenos incidentes e transformar pequenos problemas em grandes dramas. Ao mesmo tempo, tem uma grande capacidade de compreensão do ser humano, como se fosse muito mais velha do que sua própria existência. Por causa desse fator, o perdão aos que erram e o consolo para quem está sofrendo é uma habilidade natural. Nanã, através de seus filhos-de-santo, vive voltada para a comunidade, sempre tentando realizar as vontades e necessidades dos outros.

Às vezes porém, exige atenção e respeito que julga devido mas não obtido dos que a cercam. Não consegue entender como as pessoas cometem certos enganos triviais, como optam por certas saídas que para um filho de Nanã são evidentemente inadequadas. É o tipo de pessoa que não consegue compreender direito as opiniões alheias, nem aceitar que nem todos pensem da mesma forma que ela. Suas reações bem equilibradas e a pertinência das decisões, as mantém sempre no caminho da sabedoria e da justiça.

Todos esses dados indicam também serem os filhos de Nanã, um pouco mais conservadores que o restante da sociedade, desejarem a volta de situações do passado, modos de vida que já se foram. Querem um mundo previsível, estável ou até voltando para trás: são aqueles que reclamam das viagens espaciais, dos novos costumes, da nova moralidade, etc.

Quanto à dados físicos, são pessoas que envelhecem rapidamente, aparentando mais idade do que realmente têm.

Saudação: Saluba Nanã
Ponto de Força: Lagos, Águas Calmas, Lodo
Sincretismo: Santa Ana
Data Comemorativa: 26 de Julho
Dia da Semana: Segunda-feira
Cor de vela: Roxa ou Lilás
Colar de contas: Roxo ou Lilás
Ervas: Mostarda
Flores: Café
Oferenda: Acaçá (Massa feita com quireirinha, água e azeite doce)
Bebida: Água Mineral ou Champagne branca

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