Você está visualizando atualmente Conduta

Conduta

Ser umbandista (ou adepto de qualquer religião) jamais deve significar uma atitude apenas durante a Gira!  A Umbanda, enquanto religião, tem o propósito de religar o homem a Deus, mas ela não tem o poder de fazer este “religare” sozinha.  Não é um milagre; a Umbanda vai apenas iluminar o caminho.  Tudo o que se faz dentro do terreiro não deve ser visto apenas como uma tarefa local, de efeito apenas no momento.  Na verdade, o efeito mais subliminar de participar de uma religião deve ser interior, na renovação mais íntima de nosso ser.

De nada adiantam os banhos, preceitos, defumações, passes, incorporações, etc, se sairmos do terreiro pensando que nossa missão acabou ali.  Não devemos ser umbandistas apenas quando estamos usando nossas vestes brancas e nossos colares.  Ser umbandista é uma escolha que se faz para o resto de nossas vidas, 24 horas por dia, 7 dias por semana!  Oferenda nenhuma pode substituir a conduta moral correta, a caridade e a humildade que são o pavimento da estrada de nossa elevação.

Ser umbandista requer uma atitude compatível com a religião em todos os nossos atos.

É uma dor muito grande ao coração de um Preto Velho, que passa horas palestrando e aconselhando seus filhos quando nos observa, após a semeadura, prestarmos culto ao nosso “animalismo” quando colocamos as mãos num volante ou num copo de bebida alcoólica.

O esforço que a religião precisa de nossa parte, para que efetivamente possa nos elevar, vêm de todas as atividades que possamos imaginar em nosso dia a dia.

Devemos ser umbandistas com todas as pessoas de nosso caminho; nossos irmãos, pois não somos mais nem menos importantes que ninguém.  O convívio cordial só atrai energias positivas, em contraparte a banalização no trato com os semelhantes não vai elevar ninguém.  Não por acaso Deus nos colocou juntos neste planeta.  Devemos saber conviver em conjunto, como uma sociedade, não um bando.  Ninguém nasceu para evoluir sozinho.  A humanidade não se limita à porta de nossa casa (em alguns casos nem isso).  Raça, cor, religião, escolaridade, roupas…essas coisas só podem nos fazer diferentes, não melhores; tampouco nos confere mais direitos ou menos deveres.  A caridade seja na forma de ajuda, de paciência ou qualquer outra, não tem hora nem lugar para ser praticada, e quem quer que se disponha a ser caridoso deve estar preparado, de corpo e alma, para prestá-la a qualquer momento.

Devemos ser umbandistas ao volante.  O valor do carro não nos faz mais importantes que ninguém.  As regras de trânsito existem para colocar ordem no ir e vir das pessoas; todos têm direitos e deveres iguais; desrespeitá-las é desrespeitar nosso semelhante e a nós mesmos.

Devemos ser umbandistas com os animais. A vida de um animal não é menos valiosa que a nossa.  Um animal, qualquer que seja, é uma criação de Deus; desrespeitá-lo é desrespeitar a Deus.  Devemos socorrer qualquer animal, portador de qualquer necessidade, na mesma medida em que sabemos pedir socorro ao astral quando em problemas.  O mesmo vale para toda a natureza, seja vegetal ou mineral.  Admirar e zelar por toda a obra da Criação é uma forma de “Amar a Deus sobre todas as coisas”.

Devemos ser umbandistas em nossos momentos de lazer.  Atividades esportivas praticadas com o intuito de cuidar de nosso corpo físico ou de nos divertirmos em companhia de outras pessoas, nos eleva.  Mas devemos vigiar para que não sirvam de ferramenta ao nosso orgulho ou vaidade.  Nesse caso, só eleva o ego mesmo.  Leituras edificantes, bons filmes, boas peças de teatro ou musicais também nos ajudam a elevarmos nossa vibração.  Porém, ambientes cuja densidade vibracional seja densa como p.ex. bares, boates, etc, vão estar repletos de espíritos afins com aquela vibração e é a isso que estaremos nos expondo (alguém já assistiu “Um drink no inferno”?).  Ainda no lazer, tomar um gole de bebida alcoólica para relaxar não vai te fazer mal, mas “ser bebido” por ela vai!  Uma boa conversa entre amigos pode ser edificante de várias formas; excluem-se a fofoca e a maledicência.

Enfim, não adianta ficar estendendo muito a lista, poderíamos escrever por horas e horas, mas o recado já foi dado.  Este texto, na verdade, é apenas um aviso que Umbanda não se pratica apenas dentro do terreiro, se pratica no dia a dia.  O que passamos aqui é um convite à reflexão profunda, onde poderemos enxergar melhor os efeitos de nossas escolhas, que muitas vezes se materializam como pedras no nosso caminho.

Deixe um comentário