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Oxalá a luz da Kabbalah

Recentemente pesquisei sobre a ligação entre Xangô e a Fé, conseguindo respostas no estudo da Árvore da Vida.  Aí vem a pergunta:

Xangô emana a Fé? e Oxalá?

Pois bem, o “encaixe” de Oxalá na Árvore da Vida é ainda mais preciso e belo.  Está relacionada à esfera de Tiphereth.

O filho de Olodumaré

Òrìsànlá ou Obàtálá, “O Grande Orixá” ou “ Rei do Pano Branco” , ocupa uma posição única e inconteste do mais importante orixá e o mais elevado dos deuses iorubás. Foi o primeiro a ser criado por Olodumaré, o Deus supremo.

E é exatamente assim que respeitamos Oxalá em nossa religião: o maior dos Orixás, o primeiro a ser criado por Olodumaré, o que é colocado no ponto mais alto do congá e, numa comparação direta ao Cristianismo, o Filho de Deus entre nós.

Em Tiphereth, Deus se manifesta na forma e habita entre nós; isto é, penetra no âmbito da consciência humana. Tiphareth, o Filho, nos mostra Kether, o Pai.   Oxalá, o Filho, nos mostra Olodumaré, o Pai.

Refletor da Luz Divina

Eu sou a luz do mundo; quem me segue não andará em trevas, mas terá a luz da  vida.  (João 8:12)

Não por acaso Oxalá foi, através do sincretismo, associado a Jesus Cristo; Tiphereth é o Deus Inebriador, o que nos dá Luz.  Todos os “dadores” de iluminação nos Panteões são atribuídos a Tiphereth.

A vibração de Oxalá reflete o Princípio Incriado, o puro Princípio Espiritual.  É o refletor da Luz Espiritual que ilumina toda a corrente Astral de Umbanda.  Mas, o que exatamente significa essa Luz?

A iluminação consiste na introdução da mente num modo de consciência mais elevado do que aquele que é edificado a partir da experiência sensorial. Na iluminação, a mente muda de marcha, por assim dizer. Porém não vemos por meio do raio de luz que brilha sobre nós, mas por meio do reflexo desse raio, que se projeta sobre os objetos de nossa própria dimensão. A não ser que nossas mentes possuam idéias que possam ser iluminadas por esse modo superior de consciência, elas serão simplesmente esmagadas e não veremos nada. Esse é, de modo geral, o significado da iluminação.

O Deus Sol

Os cabalistas chamam Tiphereth de Shemesh, ou Esfera do Sol. O Sol é o ponto central de nossa existência. Do ponto de vista biológico, a luz do Sol exerce um papel importantíssimo no metabolismo, ou processo vital, das criaturas vivas, a toda a nutrição das plantas verdes depende dele. Sua influência está intimamente ligada à das vitaminas, o que é comprovado pelo fato de certas vitaminas poderem ser utilizadas para suplementar a sua ação. Vemos, por conseguinte, que a luz solar é um fator muito importante em nosso bem-estar; poderíamos ir mais longe e dizer que ele é essencial à nossa existência e que nossa associação com o Sol é muito mais íntima do que compreendemos.

…Confiou-lhe, entretanto, como consolo, a tarefa de modelar no barro o corpo dos seres humanos, aos quais ele, Olodumaré, insuflaria a vida… (Pierre Verger)

O Sol é para nós o Dador de Vida e a fonte de todo ser; é o único símbolo adequado de Deus Pai, que pode apropriadamente ser chamado de Sol atrás do Sol, sendo Tiphaereth, na verdade, o reflexo imediato de Kether. É por meio da mediação do sol que a vida se originou na Terra, e é por meio da consciência tipherética que entramos em contato com as fontes da vitalidade a as assimilamos, tanto consciente quanto inconscientemente.

O centro de equilíbrio entre todos os Orixás

cabala_oxalaO significado da palavra hebraica Tiphereth é beleza; e das muitas definições de beleza que foram propostas, a mais satisfatória é a que faz a beleza constituir uma relação de proporções harmoniosas, qualquer que seja a coisa bela, moral ou material. Por conseguinte, é interessante descobrir a Sephirah da Beleza como o ponto central de equilíbrio de toda a Árvore, constatando que uma das duas experiências espirituais atribuídas a Tiphereth é a visão da harmonia das coisas.

É em Tiphereth que encontramos as idéias arquetípicas que formam a estrutura invisível de toda criação manifesta que formula e expressa os princípios primários emanados das Sephiroth mais sutis. Ela é, por assim dizer, um tesouro de imagens num arco superior; mas, ao passo que o plano astral é povoado por imagens refletidas das formas, as imagens da Esfera de Tiphereth são aquelas que se formulam e, por assim dizer, se cristalizam a partir das emanações espirituais das potências superiores.

Da mesma forma, Oxalá pode ser descrito como o Harmonizador, o Mediador ou ainda o Elo Unificador de todas as Irradiações de Deus, os Orixás.

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Referências:

  • A Cabala Mística – Dion Fortune
  • Orixás – Pierre Fatumbi Verger
  • Umbanda – A Proto-Síntese CósmicaF. Rivas Neto

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