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Cruzeiro das Almas Santuário Nacional da Umbanda - Jan/2011

Os Pretos Velhos e as Almas

[box type=”bio”] Texto da autoria de Rafael de Nuzzi Dias, parte integrante da dissertação Correntes ancestrais: os pretos-velhos do Rosário apresentada à Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo para obtenção do título de Mestre em Ciências na área de Psicologia.[/box]

Cruzeiro das Almas Santuário Nacional da Umbanda - Jan/2011
Cruzeiro das Almas – Jan/2011
Santuário Nacional da Umbanda

A casa (ou cruzeiro) das almas possui algumas peculiaridades interessantes. Em primeiro lugar é o único lugar do terreiro onde propositadamente não existe piso ou cimentado recobrindo o chão (uma mistura de terra batida e areia da praia). No seu interior o elemento que mais se destaca é uma cruz simples de madeira de aroeira feita pelo próprio Gérson, cravada no solo. Presa à cruz e pendendo dela, se encontra um rosário em cuja ponta destaca-se um crucifixo de metal. Posicionada do lado direito da cruz de aroeira, encontra-se uma quartinha de barro com água. Defronte à cruz encontra-se um cachimbo de madeira, a exemplo do rosário, parecido com os utilizados pelos pretos-velhos. Um pouco à frente do cachimbo (mais próximo da porta) existe um alguidar (pequeno pote) de barro, onde, segundo explicou-me Gérson*, é colocado o “denguê das almas”, basicamente uma mistura de farinha de acaçá (milho branco) e água onde as almas buscam energia e fortalecimento. Ao lado direito do alguidar, encontra-se uma vela branca, que Gérson repõe diariamente. Além disso, às vezes também é colocado nesse espaço um vaso de flores para “troca de energia”.

[box] *Agradecimento ao pai-de-santo Gérson, à madrinha Sônia, ao pai-pequeno Gersinho, e ao ministro Gílson, do Terreiro de Umbanda Pai José do Rosário, por terem me aceitado e acolhido como um filho, por terem me ensinado sobre o valor da umbanda e da família, e por terem colaborado com tanto carinho e esmero com os propósitos do trabalho.[/box]

Assim como acontece na tronqueira e no centro do congá, enterrado no chão da casa das almas existe também um “fundamento”, conjunto de elementos de “firmeza” e “força” do terreiro que foram colocados quando de sua fundação e que apenas Gérson sabe quais são e quais os seus significados.

Gérson explica que o cruzeiro das almas, assim como a tronqueira, é um espaço importante do terreiro, estando diretamente ligado ao culto dos pretos-velhos:

“a casa das almas é uma devoção da linha dos pretos-velhos, né; tanto que tudo que nós vamos fazer pra eles a gente faz na segunda-feira né, que é o dia das almas”.

Comenta ainda que a disposição da casa das almas tal como se apresenta não é a ideal, pois o certo seria que, em relação à entrada do terreiro, a casa das almas estivesse posicionada à direita, bem em frente à “casa dos exus” (tronqueira), esta corretamente posicionada à esquerda.

A casa e o culto das almas possuem significações múltiplas, todas intrinsecamente interligadas. Em primeiro lugar representam por excelência uma reverência aos mortos – e certamente também à morte, lembrança viva e tentativa de elaboração simbólica de nosso destino existencial misterioso e inextirpável – numa linha muito parecida àquela do culto às almas do purgatório, tradição importante do catolicismo popular. Mas não apenas de forma genérica, pois manifestam, sobretudo, respeito e reverência aos ancestrais, aos mortos “familiares” aos quais de alguma forma se está ligado pelo destino, pelo parentesco, pela identidade, por vínculos afetivos e por laços de solidariedade, amizade e amor.

No terreiro muitas vezes presenciei referências às almas explicitamente associadas a pessoas já falecidas que fizeram parte da história e da herança da comunidade, seja no sentido familiar profano (parentela ancestral), seja no espiritual (parentela-de-santo). Cabe destacar a esse respeito a figura de Chico, cuja alma é sempre saudada enfaticamente em meio aos habituais apelos e reverências dirigidas ao conjunto das almas.

Em segundo lugar, ligam-se genericamente aos pretos-velhos, entidades reconhecidamente pertencentes à linha das almas. Os pretos-velhos são considerados os espíritos responsáveis pelo acolhimento, recepção, preparação e encaminhamento das almas dos mortos, tanto daqueles que em vida foram cumpridores de suas missões na Terra, já bem direcionados nos caminhos da espiritualidade, quanto, sobretudo, daqueles seres perdidos e desgarrados do caminho correto da evolução espiritual, que acabam vagando desorientados pelos recantos obscuros e trevosos do plano espiritual. A esse respeito, Gérson (Ge) comenta:

[box] Ge: […] todos os espíritos que trabalham na umbanda são almas, mas os pretos-velhos são como que aqueles que conduzem, os condutores das almas; […] são os responsáveis pelo trato direto com essas energias, com espíritos recém-desencarnados, em recuperação. [/box]

“Ora, a umbanda é certamente um culto aos mortos na medida em que os espíritos (ou almas) nela cultuados e incorporados são reconhecidos como de indivíduos que um dia habitaram e viveram no (nosso) mundo material, tendo assim experimentado a morte. Mas se todos são mortos, o que faz com que os pretos-velhos sejam tomados como os mortos por excelência, diretamente associados que são às almas? Porque em relação ao preto-velho sua condição de morto é ressaltada, a ponto de tornar-se uma idiossincrasia dessa categoria espiritual? O que exatamente significa ser, na idiomática umbandista, o morto enquanto tal? A análise das associações estabelecidas pelos umbandistas parece apontar para duas formas potencialmente promissoras de responder a essas perguntas. Por um lado, os pretos-velhos parecem ser, por assim dizer, os mortos mais próximos da morte, simbólica e etnopsicologicamente; ou seja, a via privilegiada de elaboração, no nível da simbólica umbandista e da experiência subjetiva de seus adeptos, da questão da finitude como realidade inerente à experiência e ao destino humano. Por outro lado, não são “outros” mortos quaisquer, por mais sacralizados e reverenciados que os “outros” mortos possam ser; os pretos-velhos são “nossos” próprios mortos, ancestrais significativos de “nossa” realidade e história, no limite, mortos que são “nós mesmos” enquanto seres imersos na cultura, atravessados pela memória (coletiva) do Outro.”

Ao longo do meu trabalho de campo, dentre as várias associações entre preto-velho, ancestralidade (filiação), alma e morte que testemunhei, nenhuma foi mais contundente e significativa que um anúncio solene feito numa noite de gira de desenvolvimento no final de 2008. Antes do encerramento do culto Gilson pediu a atenção de todos para comunicar que, conforme Pai José do Rosário informara dias antes, a alma de sua bisavó Inocência (avó de Sônia), falecida há cerca de dez anos, havia sido admitida na Corrente das Treze Almas Santas e Sagradas para ser preparada pela espiritualidade para dentro de algum tempo passar a incorporar na umbanda como uma preta-velha (“Vó Inocência”, talvez). O anúncio provocou comoção geral (sobretudo nos descendentes de Inocência) e o ambiente no terreiro contagiou-se com uma mistura de alegria e fascinação.

Posteriormente, obtive informações sobre Inocência, conhecendo um pouco de sua história. Inocência era negra, baiana, católica fervorosa (embora respeitasse a umbanda) e faleceu em idade muito avançada. Foi filha de escravos, e só não se tornou escrava por ter nascido após a Lei do Ventre Livre (criada em 1871). Mesmo assim teve uma vida sofrida, vindo a pé do interior da Bahia junto com sua família em meio aos fluxos migratórios do início do século XX. Estabeleceu-se na cidade de Jardinópolis onde sua família sobreviveu trabalhando no campo, até que com o passar dos anos muitos vieram morar em Ribeirão Preto em busca de melhores condições de trabalho.

A narrativa da história de Inocência parece congregar muitos elementos que compõem o universo simbólico dos pretos-velhos: negritude, escravidão, sofrimento, luta pela sobrevivência, morte, ancestralidade, fervor religioso, velhice (“ela morreu bem velhinha”) e simplicidade. Trata-se de memória coletiva “viva” presentificando-se e sacralizando-se bem diante dos “olhos” e dos “corações” da comunidade, transbordando significados que interpelam marcas identitárias e biográficas “familiares” a todos no terreiro.

Ainda sobre Inocência, passado um ano do anúncio de sua entrada na Corrente das Treze Almas, notei surpreso que nunca mais havia ouvido ninguém comentar o assunto. Algumas semanas depois, em conversa com Gílson, indaguei sobre qual havia sido o sentimento dele e da família quando receberam a notícia. Gílson comentou que todos haviam ficado muito felizes, mas que para evitar polêmicas e uma eventual banalização do acontecimento, tratavam o assunto com discrição e resguardo. O receio era de que pessoas “maldosas” poderiam tomar a situação como uma expressão de vaidade da família: “Porque se você parar pra pensar bem, parece coisa de livro, né? Não parece coisa de novela? Pra quem está de fora e ouve essa história às vezes pode parecer um conto de fadas”. Gilson afirmou ainda acreditar que o fato de ter vivido uma existência próxima à escravidão deve ter tido um peso importante para que Inocência pudesse ascender ao plano espiritual tendo a oportunidade e o privilégio de tornar-se uma preta-velha da umbanda.

Em relação ao vínculo entre os pretos-velhos e as almas, cabe destacar também que quando realiza “envolvimentos” na casa das almas – série de procedimentos rituais que consistem basicamente em orações e na troca da água e do denguê – Gérson relata sentir uma forte presença do preto-velho Pai José do Rosário, sendo este o local do terreiro onde sua manifestação é mais forte e evidente.

Ressalta, porém, que a presença dos pretos-velhos também pode ser sentida em outros domínios, sendo elas as entidades que fazem a intermediação entre todas as linhas da umbanda. Gérson atribui essa prerrogativa à enorme experiência e conhecimento que essas entidades possuem, efeito de uma vida longa e sofrida. Tal afirmação parece coadunar-se com os sentidos de circularidade (NUNES-PEREIRA, 2006; M. D. SOUZA, 2006) e ação conciliatória (M. D. SOUZA, 2007) atribuídos aos pretos-velhos.

Finalmente, em terceiro lugar, o culto às almas liga-se especificamente no Terreiro Pai José do Rosário ao culto à Corrente das Treze Almas Santas e Sagradas. Segundo Gérson essa “corrente” é a comunidade espiritual (espécie de associação de espíritos afins) diretamente responsável pelo terreiro, sob a tutela do preto-velho Pai José do Rosário. Existem infindáveis “Correntes das Almas” no plano espiritual, cada qual responsável por comunidades religiosas determinadas no plano material. Além disso, segundo a cosmovisão do terreiro, elas são uma espécie de escolas formadoras de guias espirituais, onde almas de valor, depois de devidamente acolhidas e triadas pela espiritualidade, são levadas para receberem instrução e o aprendizado necessários para trabalharem na umbanda prestando a caridade.

Entretanto, essas almas não são preparadas para trabalharem em qualquer categoria de espíritos do panteão umbandista. As “Correntes das Almas” preparam espíritos que irão compor especificamente a linha dos pretos-velhos, linha que “auxilia a todas as outras”, responsável pela integração, comunicação e coesão de toda a espiritualidade umbandista.

Conforme afirma o Pai José do Rosário (P.J.R) em entrevista que contou com o auxílio de Gilson (G):

R: E essa questão das almas, né, o que são as almas exatamente?

P.J.R: Zin vai explicar pra vosmecê. Ixeste fio no plano espiritual a corrente das almas que vai zin prepará os esprito pra mor de vim resgatar nessa linha.

G: A linha das almas é a escola, é uma escola que prepara os espíritos para eles ingressarem na lei da umbanda; é onde eles aprendem… porque a umbanda, ela tem um número finito de espíritos, e ai um espírito ele pode se movimentar dentro desse número finito, ou ele pode chegar num ponto em que ele deixa de fazer parte desse número finito. É ai que tem um espírito da linha das almas preparado pra tomar o seu lugar.

P.J.R: Compreendeu fio. É escola que zin prepara o esprito fio, pra mor de zin curimbá na lei de pemba. É essa zin negaiada que zin curimba infinitamente nessa corrente. Zin pega zin curimba, zin leva pra corrente das arma e zin lá cada quar vai fazer o seu serviço. Pra cada zin curimba, zin um curimbador especifico.

G: A corrente das almas assiste os pretos-velhos.

P.J.R: Compreendeu fio, é a zin linha que dá a zin assistência à corrente dos nego. E por isso que a zin lua das arma é a segunda zin lua da zin semana…

G: O dia dos pretos-velhos é a segunda, que é a energia das almas, por causa disso, porque eles trabalham juntos. Dentro da linha das almas, genérico, grande, aí vai ter a corrente das treze almas, a corrente das sete almas, o grupo das almas trabalhadores assim de Jesus, de Maria, mas todas elas fazendo parte de uma imensa linha de almas.

R: No caso o Pai José, você é da linha das treze almas?

G: É, a corrente das treze almas faz parte da linha das almas, e é aqui na nossa casa, é ela que trabalha diretamente com os pretos-velhos aqui na nossa casa.

P.J.R: Zin ixeste fio uma infinidade de escola que prepara espíritos fio zin nas esfera espiritual, compreendeu fio? Tem muitas escola de São Francisco de Assis, tem a escola do Sagrado Coração, dependendo zin da opção de curimba do esprito, fio, quando vai pro zin plano espirituar é a escola que ele é levado pra mor de se preparado.

G: Pai José tá dizendo que na espiritualidade existem várias escolas que preparam os espíritos pra certos trabalhos, tem a escola do Sagrado Coração, tem a escola de São Francisco de Assis, tem a linha das almas, e assim varias escolas que preparam os espíritos pros seus trabalhos, e a linha das almas é a escola que prepara os espíritos pra ingressar na umbanda.

P.J.R: Compreendeu fio? As esferas zin formada zin num muda a zin espiritualidade. Zin tá cá no plano espirituar nas esferas que o espírito se identifica pra facilitá gargá os degrar da evolução. Tem espírito que chega cá, se os curimbador da espiritualidade já cata ele e conduzi pra corrente das treze almas, ele não vai aceitá, num evolói e fica zin parado; e no plano espirituar não ixeste zin regressão, zin chegou zin já é feita a zin preparação e zin é encaminhado para cada escola que vai preparar aquele espírito pra mor de curimba.

G: Na espiritualidade não tem regressão, nada na espiritualidade vai para trás, existe evolução e estagnação.

P.J.R: Zin é os dois estágios que exerce a espiritualidade, ou zin evolói ou zin estagna, para né fio, e zin fica zin muita, zin muita, zin muita, zin muita lua e dificulta o trabalho da espiritualidade. Então zin fio, pra mor de zin agilizar as curimba cada zin fio que chega cá zin vai ser zin preparado, tem a esfera que vai prepará esse espírito pra mor de determiná onde ele vai curimbá, compreendeu fio?

pretos-velhos_01-2011
Pretos Velhos – Jan/2011
Santuário Nacional da Umbanda

Nesse trecho pode-se perceber a emergência de alguns conteúdos tipicamente presentes nas enunciações dos pretos-velhos: a importância do trabalho (curimba) árduo e coletivamente compartilhado; a metáfora da subida, significante das privações, sofrimentos e sacrifícios necessários para se alcançar a elevação espiritual; e referências a Jesus Cristo, a Virgem Maria, e a santos católicos como associados (espécies de patronos) aos agrupamentos e atividades exercidas pelos pretos-velhos. Além disso, nota-se uma implícita referência aos pretos-velhos como grandes mentores, professores (vide a referência ao termo escola) e gerenciadores do panteão umbandista, enquanto figuras de experiência e sabedoria que conhecem os caminhos árduos (e sem atalhos) que levam à evolução espiritual.

A ligação com as almas sob esse ponto de vista torna-se evidente dentro do contexto da elaboração que a idiomática umbandista, tal como apropriada pelos membros do terreiro, faz acerca da questão da morte e do morto. Ao poderem transitar por todos os domínios, coordenando ações integradas e tornando a espiritualidade umbandista um sistema articulado, os pretos-velhos são responsáveis pela recepção dos recém-chegados ao “mundo dos mortos”, tendo que lidar frequentemente nessa função com os mais “perigosos” e “hostis” espíritos existentes: eguns, obsessores, exus “não batizados”, enfim, todo tipo de espírito trevoso ainda apegado ao sofrimento terreno e à dimensão telúrica do prazer e do gozo imediatos. Afinal, apenas os pretos-velhos congregam a sabedoria e a evolução dos espíritos “iluminados”, com a humildade e o poderio instrumental (mágico) necessários para frequentar e enfrentar os lugares e poderes marginais, e por vezes sombrios, da espiritualidade.

Os pretos-velhos transitam entre fronteiras, guardam os “limites” do mundo, medeiam passagens, assemelhando-se a “guardiões” empenhados em garantir a integridade das circunscrições simbólicas que definem “espaços” (possíveis) de sentido no interior do sistema umbandista. Entre as trevas e a luz, a “direita” e a “esquerda”, a vida e a morte, o passado e o presente, os pretos-velhos parecem atuar no sentido de amarrar realidades viventes; ao proteger as descontinuidades (significantes) que permitem o dizer, funcionando como operadores lógicos capazes de articular elos sobre hiâncias indizíveis, os pretos-velhos garantem a possibilidade e a eficácia de sempre renovados sentidos de continuidade narrativa.

Feitas essas considerações e prosseguindo com a contextualização do espaço “externo” do terreiro, cabe destacar que passando pela tronqueira e pela casa das almas, ainda à esquerda pode-se notar a presença de grande número de vasos contendo plantas e ervas que são utilizadas frequentemente nos trabalhos espirituais, dentre as quais se destacam: arruda, guiné, espada-de-são-jorge, boldo e melissa. Os pretos-velhos são as entidades a utilizarem essas ervas com mais frequência (sobretudo arruda e guiné), geralmente em trabalhos de cura e prescrições de chás e banhos para limpeza espiritual. Outras entidades que também se utilizam bastante das ervas, mas para manipulações (mágicas) bastante diferentes, são os pretos-velhos da mata (sobretudo guiné, à qual chamam de “erva fedida”).

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Para ver o material completo: Correntes ancestrais: os pretos-velhos do Rosário

Este post tem 4 comentários

  1. julia

    Bom dia , gostaria de saber o endereço do centro .Obrigada

  2. maria do céu da silva

    queria saber o endereço do centro aqui em Ribeirão preto

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