Texto do blog Autoconhecimento e Liberdade.org
As guias ou colares na Umbanda fazem parte da indumentária da religião e é recurso mágicoreligioso por excelência quando devidamente cruzados e imantados pelos espíritos e guias protetores de Umbanda, pois os guias ou mentores são os ativadores dos mistérios que se abrem através dos colares.
O colar no pescoço de um médium funciona como um para raios, um campo protetor que se abre e absorve a sobrecarga que por ventura possa venha atingi-lo. Caso o médium receba uma carga energética negativa de 100%, o colar do guia ameniza essa carga em 80% e o médium só sente o impacto de uns 20% da carga negativa. Por isso o colar ou guia não deve ser visto como um simples adereço e sim como um instrumento mágico fundamental para o uso nos trabalhos espirituais ou cotidiano, caso seja recomendado por um Guia Espiritual de Umbanda.
Além disso, todo colar é confeccionado por elementos naturais, tais como: pedras de cristais, minérios, porcelana, sementes, conchas, búzios, etc. Também são colocados símbolos como: cruz, espada, machado, crânio, penas, etc, mas também são amarradas fitas coloridas, branca, azul, amarela, verde, etc. Cada elemento possui uma finalidade e tudo é ativador de mistérios, pois se o colar é feito de cristais transparentes, essa guia é consagrada ao Pai Oxalá e cada vez que a usamos, além de abrir-se um campo protetor na força de nosso Pai Oxalá e no seu elemento que é o quartzo transparente, também se abre um canal de comunicação através de cada esfera de cristal onde passamos a ser monitorados e vigiados através delas pela Divindade ou Guia responsável por aquele colar e, ao detectar uma demanda ou um ataque espiritual, daquelas esferas ou pedras do colar saem espíritos, que atuaram em nossa defesa, pois o colar é portal aberto e caso haja necessidade, é por meio deles que somos ajudados, sem a necessidade do guia incorporar para ajudar-nos.
O colar também é um portal móvel e basta colocá-lo aberto no chão e acender uma vela no seu centro e oferecê-la ao orixá correspondente e dono dele, adentrarmos dentro do circulo com a vela entre nossos tornozelos e clamarmos a Olorum e ao Orixá dono do colar e pedirmos que descarregue todas as energias negativas de nosso campo, nos harmonize e nos equilibre, que em instantes já estamos com todo nosso corpo físico e espiritual descarregado e nossas forças equilibradas e harmonizadas com a criação de nosso Divino Criador Olorum.
O guia espiritual é o único que sabe manusear e ativar os recursos do colar com 100% de conhecimento de causa, porem aprendemos alguns significados quando o colar é usado em determinadas posições em nosso corpo quando o guia esta incorporado. Vejamos:
Tradicionalmente o colar sempre é usado em nosso pescoço e aberto para frente, criando assim todo um campo protetor e abertura de passagem e troca de energias com as forças firmadas nele. Porém quando o colar é usado em vertical ou perpendicularmente, cruzado em nosso corpo e aberto para nossa esquerda, caso seja um colar de Exu, cria-se assim todo um campo protetor e abertura de passagem e troca de energias com as forças localizadas à nossa esquerda, onde passamos a ser descarregados e esgotados de todas as energias negativas situadas em nosso campo e passamos também a ser carregados de energias vitalizadoras e estimuladoras de nossas ações positivas e virtuosas.
Por que colocamos a tiracolo à esquerda caso seja um colar de Exu? Porque, à nossa esquerda, quem rege são os Orixás Exu, Pomba-Gira e Exu-Mirim e, mesmo existindo outras divindades a nossa esquerda, na Umbanda são eles que respondem por todas as forças e campos à nossa esquerda. Porem, como somos curiosos e investigativos por natureza, vê que alguns guias em determinados trabalhos usam colares de Orixás e Guia da direita aberto para os campos à esquerda, e quando um colar de guia da direita esta aberto ou colocado transversalmente para nosso lado esquerdo, é que esse colar esta sendo um campo bloqueador de entrada de energias das realidades à nossa esquerda. Porem raramente vemos isso e, se o guia utiliza-os dessa forma é porque tem os seus motivos de bloquear temporariamente a entrada de vibrações à nossa esquerda.
Usa-se também colares cruzados perpendicularmente abertos um para esquerda e outro para direita. Geralmente esses colares usados no corpo de forma cruzada, possuem uma polarização energética ou forma polos complementares, por exemplo, os guias geralmente usam colares cruzados, amarelo (Mãe Iansã) de um lado e vermelho (Pai Ogum) de outro, dois campos que se complementam e trabalham em conjunto.
Vimos também colares cruzados de baiano e boiadeiro, como também colares de coquinhos ou olho de cabra (Pai Baiano) cruzado para esquerda e amarela (Mãe Iansã) cruzado para direita, ambos formam polaridades, pois a linha dos baianos é Regida por Mãe Iansã e Pai Oxalá, então formam polos e campos que se complementam, assim como colares feitos de couro (Pai Boiadeiro) cruzado para esquerda e vermelho ou azul escuro (Pai Ogum) cruzado para direita, ambos formam polaridades, pois a linha dos boiadeiros são regidas pelos Orixás Ogum e Logunan (Oyá Tempo) , então formam polos e campos que se complementam e, no ponto onde os colares se cruzam, formam um polo magnético à frente polarizando com outro polo magnético atrás, sendo o cruzamento do colar na frente e atrás um polo misto de forças e a abertura dos colares à esquerda e à direita um polo de forças e elementos.
Na verdade, só sabemos aquilo que os guias querem que saibamos e o nosso conhecimento é fruto desse querer, pois a fonte sempre serão eles. Somos meros divulgadores desse conhecimento que se origina neles, porem o pouco que vamos aprendendo devemos disseminar para enriquecer a nossa religião. É certo que os colares têm muitos mais mistérios e formas de utilizá-los, porém somente os guias dominam integralmente esses mistérios. Quanto a nós, nos contentando com o pouco que nos tem sido ensinado e esclarecido.
Os colares que tenho são feitos de plástico, será que este tipo de material prejudica a eficácia da proteção dos colares?
Se procurarmos esta resposta nos livros veremos que isto varia de autor para autor.
Segundo o Rivas Neto os colares feitos com plástico servem apenas para a auto-sugestão do médium, não tendo nenhum valor para a imantação.
Já o Rubens Saraceni classifica os colares feitos com objetos naturais tais como pedras, sementes, etc melhores quanto a imantação mas não descarta os de plástico, dizendo que mesmo de uma forma menos eficiente, aindo consegue segurar uma imantação.
O Pai Joaquim também considera os naturais melhores mas não veta o uso de colares de plástico. O procedimento normal em nosso terreiro é os neófitos usarem inicialmente os colares de plástico ou vidro até o momento em que, já desenvolvidos mediunicamente, sua(s) entidades peçam suas “mirongas”, nome que damos aos colares, oferendas, etc, específicas de cada entidade.