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Como preparar Água Lustral

A prática da Umbanda se torna tanto melhor e mais eficiente quanto maior for o nosso entendimento sobre o que estamos realizando.  Não é a toa que, invariavelmente, as Entidades nos pedem que estudemos.  Nosso esforço pessoal neste sentido, só tem a nos engrandecer como espíritos em evolução além de nos mostrar o quão linda  é a sabedoria contida em cada “movimento” dentro de nossa religião. Vasculhando alguns livros (créditos no final) encontrei este elucidativo texto sobre água e água lustral.  Vale a leitura.

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Ainda hoje, tal como na tradição mais antiga, a água é uma fonte de vida e um extraordinário meio de purificação.

Na vida cotidiana, a água não apenas tem a função de tirar a sede, de servir à higiene pessoal, ao preparo das refeições e a inúmeras outras finalidades, mas pode assumir um papel importante no setor “mágico” e teúrgico.

O magnetismo, ou força de atração, é inicialmente colocado em seu domínio.  A água, como todo elemento líquido, tem sua específica propriedade de atração e, secundariamente, de contração:  daí poder-se considerá-la como uma espécie de acumulador.  Quanto mais fria é a água, tanto maior sua capacidade de acúmulo; ela é extremamente receptiva ao seu peso específico, isto é, a temperatura de +4 ºC.  Fria, especialmente, é dotada de grande poder de absorver.  A magia aconselha a todos o seu melhor emprego prático, que é o seguinte:

— Todas as vezes que se lavam as mãos, deve se pensar intensamente que com tal ablução não se retiram apenas as impurezas do corpo, mas também da alma.  Devemos estar conscientes, por exemplo, de que nos liberamos de todo insucesso, dos desgostos, do descontentamento, das doenças, que a água dissolve e carrega consigo.

— Ao lavar-se sob a água corrente, deve-se pensar que, escorrendo com ela, vão-se também todos os defeitos.

— Nunca devemos nos deixar tocar por outra água que tenha se tornada impura com um trabalho: esta deverá ser jogada fora depois de usada.  Também é bom manter as mãos durante alguns minutos na água fria e concentrar-se em seu poder de atração, que chama a si as sujeiras do corpo e as impurezas da alma; e estar firmemente convencidos de que todos os problemas se vão na água.

Como preparar a Água Lustral

A água lustral tem uma origem mágica antiqüíssima. Quer a tradição que ela seja preparada com o orvalho recolhido em um campo, antes do nascer do Sol, e no período compreendido entre os três dias depois da Lua Nova e os três dias que precedem o plenilúnio (Lua Cheia).  Ainda que possa parecer estranho, o melhor meio para recolhê-la consiste em arrastar sobre a grama uma tela ou lençol; depois de algumas passagens, espreme-se o tecido em um recipiente, para recolher o orvalho assim acumulado.

A água assim obtida deve ser filtrada para livrar-se das impurezas.  Em seguida, colocada num recipiente de cristal ou de vidro, para ser exorcizada¹.

A ela mistura-se depois sal, preferivelmente sal-gema², previamente exorcizado³ (o sal representa o elemento Terra) e um pouco de incenso exorcizado4 reduzido a pó que simbolizará o elemento Ar. Toma-se um pedaço de carvão de madeira incandescente previamente exorcizado5, símbolo do elemento Fogo, e joga-se na água que se está preparando.

Como se pode observar, a água lustral resume simbolicamente em si os quatro elementos tradicionais.  Este é um dos preparos básicos, muito útil para aspergir os cômodos de uma casa.

O orvalho pode ser substituído pela água de um poço ou de uma fonte, com a condição de que esta tenha sido pessoalmente obtida no lugar onde nasce.

Sempre de acordo com a tradição, a água lustral deve ser preparada na Lua ascendente (Lua Nova), isto é, ao menos três dias depois do novilúnio.  Só se pode usá-la durante o tempo de uma lunação, cerca de 28 dias, no máximo.  Depois desse período, o que sobrou deve voltar à terra e se procede um novo preparo.

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— Na prática Umbandista, a água lustral pode perfeitamente ser utilizada, com significativa vantagem, nos banhos de ervas ou de folhas verdes, no sacudimento de ambientes (pura ou acrescida de ervas ou folhas, conforme instrução das entidades), para limpeza do congá, de estátuas ou ferramentas ou mesmo pura na limpeza de ambientes, enfim, em qualquer atividade (não profana) que utilize água dentro (ou fora) de um terreiro.

Notas:

— O símbolo † representa que neste momento deve ser feito o Sinal da Cruz com a mão sobre o objeto em limpeza.

— Para as práticas descritas a seguir, deve-se lembrar que concentração, calma e paciência são extremamente necessárias para qualquer ritual mágico, o que inclui todos os procedimentos descritos aqui.

1 – O exorcismo da Água

Eu te exorcizo † criatura de água, em Nome do Pai †, do Filho † e do Espírito Santo †.  Que não sejas útil nem boa para nenhum espírito imundo, mas rendas louvores ao Deus vivente e reinante, a fim de que todo espírito impuro se afaste dos corpos de todas as criaturas que te beberem, e de qualquer lugar onde fores aspergida.

É por isso que eu te esconjuro † criatura de água, em Nome de Jesus † Cristo de Nazaré, Filho de Deus, nosso Redentor e nosso Juiz, que sejas a purificação † e a santificação † dos homens que Deus se dignou a criar à Sua Santa Imagem e chamar à Sua glória.  Amém.

2 – O sal-gema, encontrado em depósitos subterrâneos ou superficiais formados a partir da evaporação dos mares em eras geológicas passadas, é mais puro que o sal marinho.  Obs.: O sal grosso é sal marinho não refinado.

3 – O exorcismo do Sal

Eu te exorcizo † criatura de sal, pelo Deus † vivente e verdadeiro o qual ordenou que as oblações e sacrifícios sejam feitos com o sal; eu te exorcizo † por aquele Deus † que, pelos seus filhos, colocou o pacto do sal diante destes para a eternidade; eu te exorcizo † por aquele que ordenou a seu sacerdote Esdras que o sal fosse dado sem medida, a fim de que fosse outorgada, a todos aqueles que dele tomassem, à saúde da alma e do corpo, e que todo homem, em todos os lugares onde o sal está espalhado e deposto. Seja preservado dos espectros, de todos os males e de todas as insídias do demônio, e que todo o espírito imundo se veja esconjurado por aquele que dele vir para julgar os vivos e os mortos e para purificar este mundo com o fogo. Amém.

Eu te exorcizo † de novo, criatura de sal, por Nosso Senhor Jesus Cristo, o qual, ensinando os apóstolos lhes disse: “O sal é bom”; “Deveis trazer o sal convosco”;  “Vós sois o sal da terra”.  Eu te exorcizo † por † aquele que por intermédio do seu apóstolo quis nos instruir dizendo: “Que o vosso coração e vosso linguajar estejam sempre cheios da graça do sal, a fim de que não exista para vós nenhuma comunicação com os espíritos malignos, mas que vós sejais o sal dos exorcizados que crêem na salvação; o sal da sabedoria que orienta todos os atos humanos; o sal da penitência que preserva da calamidade e da danação; o sal da amizade com Deus e com o próximo; o sal da destruição de todos os malefícios e de todos os espectros e de todos os ataques dos demônios”.

4 – O exorcismo do Incenso

Eu te exorcizo † criatura do ar, composta por diversos perfumes, pelo Deus Onipotente que criou o Céu e a Terra, com tudo quanto encerram, e pelos três Reis do Oriente que ofereceram ao Cristo ouro, incenso e mirra, a fim de que nenhuma força adversa, nenhum poder diabólico, nenhuma incursão de satanás, nenhum fenômeno se realize em ti; que possas produzir uma  fumaça abençoada, † santificada † para afugentar os demônios do corpo dos homens e das suas casas, e para arrancar todo o malefício da arte diabólica, em nome de Deus, o Pai Onipotente, pela caridade do Nosso Senhor Jesus Cristo e pela virtude do Espírito Santo. Amém.

5 – O exorcismo do Carvão

“Aben † çoai Senhor este carvão para que seja remédio salutar para o gênero humano, e atendei pela invocação de Teu Santo Nome, para que, quem quer que dele se utilize, receba a santidade e proteção do corpo e da alma.  Por † Cristo † Nosso Senhor. Amém.”

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fontes consultadas:

Guia do Exorcismo – Franco Spinardi (Maltese)

Manual Mágico de Kabbala Prática – Helvécio de Resende Urbano Júnior (Madras)

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