Embora tenha sido esposa de Xangô, Iansã percorreu vários reinos e conviveu com vários reis. Foi paixão de Ogum, de Oxaguiã, de Exú, Conviveu e seduziu Oxóssi, Logun-Edé e tentou, em vão, relacionar-se com Obaluaê. Sobre este assunto, a história conta que Iansã percorreu vários reinos usando sua inteligência, astúcia e sedução para aprender de tudo e conhecer igualmente a tudo.
Em Ire, terra de Ogum, foi a grande paixão do guerreiro. Aprendeu com ele o manuseio da espada e ganhou deste o direito de usá-la. No auge da paixão Ogum , Iansã partiu, indo para Oxogbô, terra de Oxaguiã. Conviveu e aprendeu o uso do escudo para se proteger de ataques inimigos, recebendo de Oxaguiã o direito de usá-lo. Quando Oxaguiã estava tomado de paixão por Oyá, ela partiu.
Pelas estradas deparou-se com Exú. Com ele se relacionou e aprendeu os mistérios do fogo e da magia. No reino de Oxóssi, seduziu o deus da caça, mesmo com os avisos de sua mulher, Oxum, que avisara ao marido do perigo dos encantos de Iansã. Todavia, com Oxóssi, Oyá aprendeu a caçar, a tirar a pele do búfalo e se transformar naquele animal, com a ajuda da magia aprendida com Exú. Seduziu o jovem Logun-edé , filho de Oxóssi e Oxum e com ele aprendeu a pescar.
Iansã partiu, então, para o reino de Obaluaê, pois queria descobrir seus mistérios e até mesmo conhecer seu rosto (conhecido apenas por Nanã – sua mãe – e Iemanjá, mãe de criação). Uma vez chegando ao reino de Obaluaê, Iansã tratou de insinuar-se:
– Como vai o Senhor das Chagas?
No que Obaluaê respondeu:
– O que Oyá quer em meu reino?
– Ser sua amiga, conhecer e aprender, somente isso. E para provar minha amizade, dançarei para você a dança dos ventos!
(Dança que, por sinal, Iansã usou para seduzir reis como Oxóssi, Oxaguiã e Ogum).
Durante horas Iansã dançou, sem emocionar ou, sequer, atrair a atenção de Obaluaê. Incapaz de seduzir Obaluaê, que jamais se relacionou com ninguém, Iansã então procurou apenas aprender, fosse o que fosse. Assim, dirigiu-se ao homem da palha:
– Obaluaê, com Ogum aprendi a usar a espada; com Oxaguiã, o escudo; com Oxóssi aprendi a caçar; com Logun-edé a pescar; com Exú aprendi os mistérios do fogo. Falta-me apenas aprender algo contigo.
– Você quer aprender mesmo, Oyá? Então, ensinar-lhe como tratar dos mortos!
De inicio Iansã relutou, mas seu desejo de aprender foi mais forte e, com Obaluaê, aprendeu a conviver com os eguns e controlá-los.
Partiu, então Oyá, para o reino de Xangô. Lá, acreditava, teria o mais vaidoso dos reis e aprenderia a viver ricamente. Mas, ao chegar ao reino do deus do trovão, Iansã aprendeu muito mais que isso… aprendeu a amar verdadeiramente e com um paixão violenta, pois Xangô dividiu com ela os poderes do raio e deu a ela o seu coração.
O fogo é o elemento básico de Iansã. O fogo das paixões, o fogo a alegria, o fogo que queima. Iansã é o Orixá do fogo…
E aquele que dá uma conotação de vulgaridade à essa belíssima e importantíssima divindade africana, é digno de pena e mais digno ainda, do perdão de Iansã.
Uau! Que história hien!! Adorei!