Excelente texto de Nino Denani do Artefolk.
Amigos,
Precisamos pegar as rédeas de nossas vidas.
É isso mesmo, precisamos assumir nossas próprias vidas. Nós temos o costume, enraizado em nossas formas de agir, de buscar bodes expiatórios para os deslizes que acontecem em nossas vidas.
Quando estamos nas empresas, no trabalho, isso é tão normal que já virou até piada: o importante não é fazer certo, é não deixar descobrirem que você fez errado e coisas do gênero. Mas e com relação as nossas vidas? Será que realmente é certo aplicarmos essa mesma dinâmica?
Se nós realmente acreditamos em uma sucessão de vidas e que elas servem para que aprendamos a sermos moralmente bem resolvidos, ou seja, para que evoluamos, então isso nos afastaria completamente do objetivo.
Veja bem: nós reencarnamos para aprender o bem agir. O bem viver. E para aprendermos isso, precisamos aprender com nossos erros. Se não fizermos assim, como aprenderíamos?
Em contra partida, quando deixamos de assumir nossos erros, essa progressão, ou melhor, esse aprendizado deixa de acontecer. Nós estacionamos nisso e vamos continuar repetindo o erro até que ele se torne irremediável.
Conversando hoje sobre isso, percebi como isso é mais difícil. Como nós nos acostumamos a jogar a culpa em outras coisas, outras pessoas. No caso de nós, espiritualistas, jogamos a culpa nos espíritos, nos encostos, nos verdugos, nos Guias ou mesmo nos Orixás. Soa absurdo? Pois é, mas ouvimos sempre coisas do tipo: “aconteceu tal coisa porque não fiz uma obrigação”, “não paro em um emprego porque não fiz uma entrega para o Orixá”, “meu casamento não dá certo porque tem muita inveja”.
Isso não é jogar a culpa em alguém?
Temos que reaprender a pensar em nossas vidas. Acostumamo-nos a pensar do problema em diante, mas o melhor seria pensar no que levou o problema a acontecer. Não paro no emprego porque não me empenho. Meu casamento não dá certo porque sou um marido/esposa ausente, irresponsável.
Coisa bem difícil de fazer, eu sei, pois a sociedade nos impõe uma vida sem erros, nós temos que ser perfeitos em todas as formas de agir.
Impossível.
Para nós, espiritualistas, fica uma lição disso tudo. Se não assumirmos nossos erros, não conseguiremos ir adiante, pois não aprenderemos com ele. Se não assumirmos nossos erros, não seremos médiuns melhores, porque cairemos sempre nas mesmas falhas. Se não assumirmos nossos erros, acharemos sempre que a casa que frequentamos é ruim, pois nunca teremos a consciência de que não ouvimos o que queremos, ouvimos o que precisamos.
E o que fazer daqui para frente?
Revermos nossas atitudes.
Abs.