Pouco cultuado na Umbanda mas de grande importância. O Senhor das ervas, dono das matas, orixá da medicina, da cura, da convalescença. Mestre do poder curativo das ervas, que proporciona o Axé das plantas, ou seja, a força vital, imprescindível à realização de qualquer ritual nos Cultos Africanos. É a divindade das plantas medicinais e litúrgicas. Ossain é a energia mágico/curativa das folhas, tornando mágicas também a sua convivência com os seres humanos. É o pai da fitoterapia; tem influência na homeopatia, aquele que gera a capacidade de cura pela ingestão ou aplicação de plantas medicinais; nos consultórios, nas cirurgias, na farmácia, nas pesquisas químicas e científicas. Ele é o alquimista, o mágico, o senhor das poções mágicas e curativas, o bruxo, o médico dos orixás.
Toda manipulação de objetos sagrados se faz com banhos prévios de infusões consagradas através do culto a Ossâin. Cada Orixá tem a sua folha, mas só Ossâin detém seus segredos. E sem as folhas e seus segredos não há axé, portanto sem ele nenhuma cerimônia é possível.
No Candomblé
Ossain é o filho caçula de Yemanja e Oxalá e, desde pequeno, vivia no mato. Tinha uma habilidade especial para tratar qualquer doença, por isso viajava pelo mundo inteiro, sendo sempre recebido com carinho pelo rei de cada tribo. Ele recebeu de Olodumaré o segredo das folhas; assim, sabia qual delas curava doenças, trazia vigor ou deixava as pessoas mais calmas.
.A sua importância é fundamental, pois nenhuma cerimônia pode ser feita sem a sua presença, sendo ele o detentor do axé – o poder – imprescindível até mesmo aos próprios deuses. Ossain vive na floresta em companhia de Aroni, um anãozinho de uma perna só que fuma um cachimbo feito de casca de caracol enfiado num talo oco cheio de suas folhas favoritas
Os outros orixás invejavam o irmão, pois não tinham esse poder e dependiam de Ossain para ter sucesso. Ele cobrava por qualquer trabalho, aceitando mel, fumo e cachaça como pagamento pelas curas que realizava.
Xangô, que era temperamental, não admitia depender dos serviços de Ossain, e por isso pediu a sua esposa Yansã, orixá que domina os ventos, para que as folhas voassem em direção a todos os orixás, para que cada qual exercesse domínio sobre uma delas. Em meio a ventania, Ossain repetia sem parar: “ewe assa!”, que significa “oh, folhas!”. e com esse tipo de reza, embora cada orixá tenha se apossado de uma folha, Ossain evitou que seu poder fosse distribuído entre os irmãos, pois só ele conhecia o axé de cada uma delas e o segredo de pronunciar essas palavras de maneira a conservar o poder sobre elas. com sua sabedoria, ate hoje Ossain permanece o rei da floresta, sendo considerado o orixá da medicina.
Ossâin usa uma cabaça chamada Igbá-Osanyin. Também é um feiticeiro, por isto é representado por um pássaro chamado Eleyê, que reside na sua cabaça. As proprietárias do pássaro do poder são as feiticeiras. Ele carega também sete lanças com um pássaro em cima da haste, o qual é seu mensageiro e voa para trazer-lhe notícias. Ossâin está extremamente ligado a Orunmilá, Senhor das Adivinhações.
Características dos filhos de OSSÂIN
A pessoa cujo Orixá de cabeça seja Ossâin é considerada pelo culto um filho do Orixá, ou seja, alguém que carrega manifestações de temperamento e uma visão de mundo coerente com as de energia-base, que é o próprio Orixá.
O arquétipo psicológico associado a Ossâin é o das pessoas de caráter equilibrado, capazes de controlar seus sentimentos e emoções.
Os filhos de Ossâin são aqueles que não permitem que suas simpatias e antipatias subjetivas e individuais intervenham em suas decisões ou influenciem as suas opiniões sobre pessoas e acontecimentos.
Essa capacidade de discernimento frio e racional, porém, é o responsável pela sua falta de interesse. O tipo de Ossâin é o mais reservado, pouco intervindo em questões que não lhe digam respeito. Não é introvertido, mas não se faz notar pela atividade social. Certa aura de mistério ou pelo menos uma reserva sobre o próprio passado, podem estar presentes, sem chamar a atenção e evitando que alguém conheça detalhes sobre sua vida pregressa, a qual geralmente esconde alguma falta importante do passado, possivelmente já esquecida.
O filho de Ossâin, tem certa atração pela religiosidade e pelos aspectos ritualísticos da realidade em geral. A ordem, os costumes, as tradições e os gestos marcados e repetitivos, o fascinam, não no sentido especificamente reacionário das pessoas que querem a repetição das mesmas e imutáveis relações sociais ad eternum, mas nos que elas tem de místico, de teatral. É, conseqüentemente, meticuloso, nunca se deixando levar pela pressa ou pela ansiedade, pois é, caprichoso.
Saudação: | Ewê Assá |
Ponto de Força: | Matas |
Sincretismo: | São Benedito |
Data Comemorativa: | 05 de Outubro |
Dia da Semana: | Quinta-feira |
Cor de vela: | Verde e Branca |
Colar de contas: | Verde e Branco |
Ervas: | Todas |
Flores: | Todas |
Oferenda: | Milho vermelho, fumo, mel |
Bebida: | Pinga com mel |
muito bom